Já foi o tempo em que a passividade de uma massa era confundida com a plena dominação do poder. Ou seja, quanto maior a apatia da massa, mais dominada ela estaria. Segundo o sociólogo francês Jean Baudrillard os políticos imaginam que as massas seriam permeáveis a ação e ao discurso e que elas têm opiniões e que são verbalizadas através das pesquisas. Bem é isso que tem sustentado o fato de que a classe política acredita que a massa fala e pode ser ouvida politicamente. Ocorre, no entanto, que o político desconsidera é o aspecto dele ser visto apenas e tão somente como um ator no espetáculo de uma eleição. Não por acaso o jogo eleitoral acaba sendo visto como se fosse um jogo de futebol imaginando então que o espetáculo pudesse espelhar a consciência do povo,  com uma torcida a favor do A ou B. Nos dias de hoje
Inúmeros meios sejam eles virtual ou  social, buscam aferir as preferências eleitorais por meio de pesquisas, tudo com objetivo de tentar captar o pensamento das massas. Mas quando a maioria dessa massa se cala, não há sondagem ou pesquisa capaz de permitir a sua manifestação. Foi assim que o sociólogo francês Jean Baudrillard construiu toda sua linha de estudo e pesquisa sobre o comportamento de uma maioria silenciosa. Já o sociólogo francês Alfred Sauvy, que foi o autor da expressão “terceiro mundo”, ele publicou em 1956 “A Opinião Pública”, obra que foi revisada e atualizada na década de setenta. Ao mesmo tempo em que Sauvy reconhece a existência de uma opinião pública, também a identifica como um “poder anônimo”. Ele faz questão de estabelecer uma distinção entre a opinião pública e aquela que ele chama de “simples”, podendo esta ser identificada por meio das pesquisas. Esta opinião simples é que se expressa por meio de porta-vozes de grupos mais ou menos restritos. Trocando em miúdos, acreditar que as pesquisas possam influenciar a decisão de voto de uma maioria silenciosa, seria o mesmo que acreditar que o termômetro, seria o responsável pela doença do paciente.

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