SETEMBRO AZUL

O cineasta Lus Buñuel sempre se mostrou tremendamente influenciado pelo escritor e dramaturgo espanhol Ramon Gomes de La Serna. Tanto assim que existia uma frase que Buñuel sistematicamente usava, quando se tratava de falar sobre as cores. A frase tinha a relação com o arco íris, que para La Serna é como se fosse uma fita que a natureza usa depois de ter lavado a cabeça. Interessante essa metáfora, justamente para falarmos sobre as cores do arco iris, que hoje são utilizadas para simbolizar as mais diferentes campanhas. É o caso do setembro azul, pois o dia 26 de setembro é comemorado o Dia Nacional dos Surdos. O Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), é a primeira escola de surdos do Brasil, foi fundado justamente no dia  26 de setembro em 1857. O Ines tem apoio do Governo Federal e suas atividades são ensino básico e superior para surdos, além de outras ações de divulgação da cultura surda, abertas a surdos e a ouvintes. 
Além disso o Dia Internacional dos Surdos, é celebrado em 30 de setembro, pois, nesta data, em 1880, ocorreu o famoso Congresso de Milão. Esse evento que reuniu educadores de surdos, quase todos ouvintes, lamentavelmente determinou a proibição do uso da Língua de Sinais pelos surdos, um marco catastrófico e triste para surdos do mundo inteiro. 
A cor escolhida para simbolizar a luta dos surdos tem ainda uma lembrança lamentável que remonta o período da Segunda Guerra Mundial, com o azul sendo a cor da faixa que as pessoas com deficiência precisavam usar no braço. Naquela época, os surdos eram também enquadrados num grupo de marginalizados como incapazes, pois muitos eram colocados em asilos e manicômios. Acabavam privados do direito de conviver em sociedade, com o potencial e capacidade não reconhecidos.  Por tudo isso O Setembro Azul é o momento em que a comunidade surda celebra, mas também, reconhece as lutas e dificuldades que enfrentaram e ainda enfrentam para que continuem buscando por direitos. Infelizmente nos dias atuais em decorrência da disseminação do ódio e radicalismo se confirma cada vez mais uma frase do físico Albert Einstein: “É mais fácil quebrar um átomo, do que um preconceito!” 

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