ANALFABETOS FUNCIONAIS

Imagine uma gangorra! Agora pense que de um lado temos o analfabetismo absoluto que é aquele que não sabe ler, nem escrever. Do outro lado o analfabetismo funcional, que sabe ler e escrever, mas por outro lado não consegue interpretar um texto e nem colocar uma ideia no papel. Nessa gangorra temos o analfabetismo absoluto diminuindo, em baixa, sendo que o analfabetismo funcional em alta, ou seja, na parte de cima da gangorra. Imagine que um analfabeto funcional é capaz de ler uma placa indicando sinal de perigo, mas não entende o que isso significa. Quando um analfabeto funcional entra num banheiro feminino não é questão de identidade de gênero, mas é que ele não entendeu que é um banheiro privativo do gênero feminino. Quando você olha para as estatísticas que apontam, por exemplo que quase 30% dos alunos que ingressam num curso superior, não tem domínio da leitura e nem escrita, só mesmo identificando que os números também apontam que apenas 41% de alunos do ensino médio atingem nível pleno de alfabetização. De acordo com dados preliminares do INAF BRASIL  2018, Indicador de Alfabetismo Funcional, realizado pelo Instituto Paulo Montenegro, Ibope. O levantamento foi ouvir 2002 pessoas das regiões urbanas e rurais, na faixa etária entre 15 e 64 anos. O mais impressionante dos dados levantados pela pesquisa indica que em todas as faixas etárias, mais de 3 a cada 10 brasileiros entre 15 e 49, embora sejam considerados Funcionalmente Alfabetizados, têm significativas limitações diante das demandas cotidianas de uma sociedade letrada. Em que pese os dados serem considerados preliminares, indicam uma realidade preocupante apontando que temos um universo de 38 milhões daqueles que poderiam ser considerados analfabetos funcionais. 
Quando tinha 8 anos, não bastava que eu lesse um livro, a tarefa era identificar as palavras que não conhecia, procurar no dicionário e depois formar pelo menos cinco frases, para mostrar que havia entendido o significado das mesmas. Sem uma boa formação inicial e continuada, vamos continuar engrossando as estatísticas dos analfabetos funcionais. A principal função da educação continua sendo de ensinar as crianças a ler e não permitir que passem a odiar a leitura.

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