O RADIO PERDEU O RUMO



Ao longo de décadas o rádio sempre foi reconhecido como um companheiro permanente. Mesmo com o advento da televisão e inúmeras profecias do fim do rádio, ele se manteve firme e uma vez transistorizado, se transformou num companheiro ambulante, onde as pessoas levaram onde bem quisessem. Pesquisas indicavam que mais de 90% da população nas mais diferentes partes do mundo, dispunham de um aparelho de rádio. Por outro lado, o rádio tinha grandes dificuldades de abocanhar uma fatia compatível no bolo publicitário. Bem por isso, praticamente sobrevivia do médio e pequeno varejo. Isso fez com que as emissoras passassem a arrendar horários para igrejas, visando aumentar o seu faturamento, o que conspirou para um desgaste de imagem. Quando chegaram as novas mídias virtuais, isso passou a significar um novo rumo para os ouvintes insatisfeitos. Mas não foi só essa concorrência que fez com que o rádio perdesse o seu rumo. O rádio não levou em consideração o seu público alvo, até por uma questão de desconhecimento do perfil e com isso cada emissora competindo com a outra, praticamente oferecendo uma modalidade de programação igual. Essa estratégia permitiu que o público passasse a descobrir outras alternativas. Depois dos vinis, cds, chegam as novas mídias musicais, estratificadas por gêneros e dando amplo leque de opções para quem gostava de ouvir música pelo rádio. Já aquela emissora que era valorizada pela programação jornalística, essa também começou a perder espaço, principalmente com o advento dos podcasters. Por um lado, se há um determinado segmento, ele pode acabar esgotando o repertório. Se tentar alcançar um leque muito amplo, acabará por perder o seu foco. E o rádio nesse cenário? O rádio tem que se adequar ao seu novo papel, principalmente na era digital, pois a portabilidade da emissora já não depende de um receptor próprio, ele está no próprio celular. Mas para que o rádio encontre o seu rumo, ele tem que ter conteúdo, pois o ouvinte amadureceu e não quer simplesmente um companheiro, mas sim um veículo que agregue valor através da informação de qualidade.
O rádio para continuar vivo, terá que estimular cada vez mais a imaginação do ouvinte!

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